Um estudo realizado pela pesquisadora Aline Marques Bortoletto na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP), em Piracicaba (SP), teve o intuito de averiguar qual dos três destilados é melhor.
A pesquisa teve início em 2012, e a medida que a cachaça ia envelhecendo ela era comparada a 20 marcas de uísque e conhaque. Foram feitas provas às cegas para análise de cor, aroma e sabor, além de análises químicas para medir o teor alcoólico e outros compostos.
Quando a cachaça atingiu um ano e meio de maturação, notou-se que ela conseguiu extrair mais diferenciais da madeira refletindo de forma positiva na parte sensorial, superando as outras bebidas.
Um dos principais diferenciais na produção da cachaça para pesquisa, foi o envelhecimento em tonéis de carvalho francês e americano de primeiro uso, comumente usados entre produtores de outros destilados.
Normalmente esses tonéis são mais caros e produtores de cachaça optam por utilizar tonéis de segunda mão e de madeiras brasileiras. Além desse diferencial, para a pesquisa, a bebida passou duas vezes por destilação, como feito com o uísque e conhaque e foi utilizado mosto fermentado com leveduras industriais (selecionadas).
Como cada destilado tem um modo de produção diferenciado e particularidades sensoriais, não é possível dizer que um é melhor que o outro, mas é possível averiguar que a cachaça tem tanta qualidade e nobreza quanto aos outros destilados e deveria estar ao lado deles, na mesma prateleira.
Fonte: Folha de São Paulo, por Gustavo Simon